Num edifício preto e branco. Numa esquina descampada. As ruas cinzas, vagas, desertas. Procurava uma pessoa, uma alma que pudesse me ouvir, sem absorver, mas contribuir para que me fosse tirado o peso das dúvidas, da culpa que me acompanhavam. Lá no fundo, longe... bem longe, uma vida. Fardada com ar de autoridade. Pudera me ser útil?
- Ei, seu guarda. Se aproxime, quero lhe falar. – disse, sem a esperança de que seria ouvido.
- Eu sei, sei bem o que fazes aqui. Vieste atrás de respostas. Mas escute, meu caro, buscas no lugar errado. Ninguém pode te ajudar. Soubestes que estiveste perdido em um caminho que nunca, nunquinha deveria ter entrado? Pois ouça... o caminho... Sim, o caminho certo está dentro de ti, busques, desbrave, corra atrás antes que o tempo acabe.
... antes que o tempo acabe.
... o tempo acabe.
... acabe.
E agora? Para onde vou? Para onde devo mesmo ir?

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